quinta-feira, 27 de março de 2008

Faxina

Tem dias que tudo que a gente precisa é de uma boa faxina...na casa, no armário, na cabeça, no coração. Comecei pela sala. Tá um brinco!

quarta-feira, 26 de março de 2008

As mulheres e o futebol II

Uma amiga andava com uns hábitos estranhos. De um dia pro outro descobriu o Maracanã.
Tudo quanto era jogo ela ia.
E eu que nunca soube que ela gostava de futebol, nem time sabia se ela tinha.
Liguei num domingo.
- E aí? Vamos tomar um chopp depois da praia?
- Não vai dar, vou no Maraca.
- Ah, legal. Então tá.
No início achei normal. Maracanã é FODA até pra quem não liga pra futebol como eu, como ela...Mas a situação continuou se repetindo.
- Vai fazer o que quarta à noite? Rola um cinema?
- Ih, não. Hoje tem jogo do Flamengo, vou no Maraca.
- Ãaaaa, contra quem?
- Ah, nem sei...
Tudo indicava que ela era Flamengo. Acompanhando o timão até contra quem ela nem sabia. Legal. Tava até admirando tanto amor ao time. Sei lá, queria ter essa dedicação, algo a que seguir desta forma.
Pura ingenuidade minha. Outro domingo ela me liga e convida.
- Tô indo no Maracanã, tá afim?
- É alguma final?
- Não. Jogo do Fluminense.
- Contra o Flamengo?
- Não, acho que contra o Vasco.
E lá ia ela. Não importava o time, o jogo, o campeonato. Partia pro Maraca (Maraca é pros íntimos). Torcedora do time que tivesse jogando, seja lá qual for, desde pequenininha.
Até que um dia, após mais uma recusa a um programinha básico, não contive o estranhamento que me acompanhava há dias e perguntei.
- Quéeerida, qual é a tua? Que fascinação toda é essa por futebol de uma hora pra outra? Não tô te entendendo?
- Mas menina, você não sabe de nada. Não existe lugar melhor em todo Rio de Janeiro pra freqüentar.
- Como assim?
- Fica esperta garota. É o único lugar na cidade, quisá no país e no mundo onde existem cerca de 200 homens por mulher, se não for mais, hein? Sou péssima pra número.
Uma luz caiu sobre mim e passei a enxergar tudo com tanta clareza.
- E, ó. Já fui em várias torcidas, Flamengo, Botafogo, Vasco, até Madureira já fui. Mas a do Fluminense é a melhor. Outro dia beijei dois.
- Ah, tá.
Falar mais o que, né?

terça-feira, 25 de março de 2008

As mulheres e o futebol

Só Juliana estava realmente interessada. As outras três, Letícia, Melissa e Clarice, viram no convite uma boa oportunidade para se divertir numa quarta-feira à noite. Era jogo do Fluminense x Time-desconhecido-de-São Paulo. Na casa da Ju, cervejinhas, papo furado, coisa e tal.
Melissa, como sempre, chegou atrasada, no meio do primeiro tempo. Mas chegou com Letícia e sacolas cheias de cervejas. Foram perdoadas. Mal chegaram, Letícia e Melissa foram comer amendoim e bater um papo na cozinha com o Dani, irmão-mais-novo-bonitão de Juliana. Ficaram conversando todo o primeiro tempo, falaram de noitadas, cinema, yoga, e o papo foi evoluindo para materialismo e desenvolvimento da espiritualidade.
Clarice e Juliana permaneceram na sala. Juliana não tinha outro interesse que não o Fluminense e Clarice, que não gosta de amendoim, ficou lendo revista e pescando o replay de alguma jogada emocionante.
Intervalo do jogo.
Juliana entra na cozinha tentando se conformar com a idéia do seu time levar uma lavada.
- Cara, o Fluminense tá jogando muito mal! Já vou ficar muito feliz se empatar.
Como não encontrou consolo, voltou pra sala.
Foi quando Letícia se tocou de que devia voltar pra sala, afinal, o objetivo daquela reunião era dar um apoio moral à amiga e "assistir" ao jogo. Não ficar batendo papo e omendo amendoim na cozinha.
Segundo tempo.
Meninas a postos diante da televisão. Copos de cerveja devidamente cheios e...GOOOL. Do time de São Paulo. Clerice chegou a vibrar achando que se tratava do Fluminense, mas foi interrompida pela indignação da Juliana.
- Gente! Não reconheci o fluminense com esse uniforme branco. A vida inteira foi verde, vermelho e branco, quando a gente acostuma eles mudam. Estão querendo me confundir.
Risos generalizados! Exceto Juliana, que tava puta.
O tempo foi passando, a tensão aumentando e Letícia não conseguia parar de rir. O foco da sua atenção, em vez do futebol, era Juliana. Não entendia a como a amiga podia ficar tão nervosa por causa daquele jogo.
- Juliana, seu dedo do pé sempre foi assim, achatado? Ou ficou de tanto usar sapato desconfortável?
- Você tem certeza que quer que eu te responda isso a-g-o-r-a? Solta Juliana já sem paciência.
Enquanto isso, Melissa não dá uma palavra e não pára de comer um só minuto, intercalando goles generosos de cerveja. Clarice, que a essa altura abandonou a revista, a cada 5 minutos ia até a janela conferir a reforma do seu apartamento em frente. Preocupada de seu lar estar sendo habitado por homens brutos e sujos.
- Um horror. Outro dia um deles usou o meu banheiro. E ficou lá um tempão!
Letícia, destinada a pegar no pé de Juliana, reclamou que ela não sabia servir direito. Traz pastinha sem faca pra passar na torrada.
- Quando você casar, vai mudar essa postura? Será que a gente muda de postura depois que casa? Letícia lança a questão.
Melissa garante que sim, experiência própria. Clarice acha que não. Letícia torce para que não mude, mas acha que acaba mudando. E Juliana ignorou.
Segundo gol do time de São Paulo.
Letícia não consegue segurar uma crise de riso. Melissa e Clarice nem viram o gol, engatadas que estavam num papo qualquer e Juliana, em pânico, promete nunca mais chamá-las pra assistir jogo do Fluminense juntas.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Tiro ao Álvaro

De tanto leva frechada do teu olhar
Meu peito até parece sabe o que?
Taubua de tiro ao álvaro
Não tem mais onde furá

Teu olhar mata mais do que bala de carabina
Que veneno estriquinina
Que pexeira de baiano
Teu olhar mata mais que atropelamento de automover
Mata mais que bala de revorver

Adoniran Barbosa

Muito bom!

terça-feira, 18 de março de 2008

Hoje tava com vontade de fazer nada

Hoje tava com vontade de fazer nada.
Acordei no susto.
Fui parar em Niterói.
Voltei.
Achei que tivesse de TPM.
Cedo ainda pra isso.
Almocei.
Lavei a louça, a cozinha,
E estiquei a faxina pro banheiro.
Pensei em parar.
Hoje tava com vontade de fazer nada.
Cogitei ver um filme, seriado ou coisa assim.
Cheia de blusa para produzir.
Fiz duas.
Comi meio pote de brigadeiro,
Enquanto criava.
Escureceu.
Fui correr.
4 km direto.
Algumas poucas pausas.
Meu record.
Hoje tava com vontade de fazer nada.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Atendendo a pedidos


Atendendo a pedidos, segue o colar do momento.

domingo, 16 de março de 2008

Pessoa


Falas de civilização, e de não dever ser,

Ou de não dever ser assim.

Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,

Com as cousas humanas postas desta maneira.

Dizes que se fossem difententes, sofreriam menos

Dizes que se fossem como tu queres, seria melhor.

Escuto sem te ouvir.

Para que te quereria eu ouvir?

Ouvindo te nada ficaria sabendo.

Se as cousas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.

Se as cousas fossem como tu queres, seriam só como tu queres.

Ai de ti e de todos que levam a vida

A querer inventar a máquina de fazer felicidade!

sábado, 15 de março de 2008

Papo de boteco

Sem querer parodiar ninguém, hoje o papo vai ser de boteco.
Ontem estive no tal Boteco da Garrafa que inaugurou aqui em baixo de casa, afinal sofri quase 3 meses com a barulhada da obra, tinha que dar o meu aval. Gostei. Só vende cerveja mesmo, tem várias marcas. Bebi Bohemia porque não estou numa fase propícia a aventuras.

....

Constatei o que já estava desconfiada: este é mais um empreendimento da marca Belmonte. Gente, isso é um monopólio! Eles mudam o nome, mudam a cara, mas são sempre eles. Onde estão os empreendedores românticos, que abrem seu boteco como projeto de vida, depois de passar anos juntando dinheiro e abandonar o emprego enfadonho? Tô cansada de enriquecer esses magnatas.

....

Fui no banheiro e contei. Enquanto cinco homens vão ao banheiro, apenas uma mulher consegue realizar essa difícil missão. Não entendo o que elas ficam fazendo tanto tempo dentro daquele cubículo fedido. Por minha vez, entro, agacho e pronto. Em um minuto já estou saindo. Se for aqueles banheiros bombando de gente, então, já começo a desabotoar a calça ou o que for na fila, e acabo de me arrumar no lado de fora do cubículo pra liberar a vez. É diante dessa constatação, que lanço a campanha: “Mulher, mije igual homem”.

sexta-feira, 14 de março de 2008

De dentro


quinta-feira, 13 de março de 2008

Mania

Gente é cheio de mania, né?
Eu então, sou de época.
Quando cismo com uma música escuto milhões de vezes a mesma. A música do momento é Onde a dor não tem razão, Paulinho da Viola. Maravilhosa!
Tenho lido todas as noites antes de dormir Calvin e Haroldo. Adoro!
Correr...Tenho corrido com freqüência mas ainda não chegou ao luxo de ter virado uma mania, vai.
Meu colar Elefante não tiro mais do pescoço.
E foto bonita pra mim ultimamente tem que estar desfocada, senão, não tá boa.

Mania, fazer o quê?

quarta-feira, 12 de março de 2008

Pequenos milagres

Passei o dia todo com vontade de comer melancia, me enrolei e não consegui comprar. Não é que acabo de abrir a geladeira para pegar um simples copo d'água e dou de cara com uma melancia inteirinha, vermelha e suculenta?
Pequenos milagres da vida.

Quem?

Uma colega tava me contando que um dia desses estava num dos quiosques da Lagoa com o namorado, mãe e tal. Ambiente agradável, visual idem, música ao vivo, aquele clima bossa nova, tal e coisa. Aparentemente tudo perfeito. No entanto, a menina estava indignada.
- Como tava rolando música ao vivo, pedi ao garçom pra levar no guardanapo duas músicas para o cantor tocar.
Até aí tudo bem. É costume em alguns shows o público pedir uma ou outra canção. O rapaz cantou mais umas músicas e enfim leu o bilhete em silêncio, ficou olhando pra ele uns 10 intermináveis segundos, o povo todo esperando, quando confessou.
- Olha gente, Bruno e Marrone, infelizmente, não está no nosso repertório. Fico devendo essa. Agora Vitor e Tiago...Quem é Vitor e Tiago?
Foi aí que minha colega explodiu em revolta.
- Levantei e fui embora. Como assim, não sabe quem é Vitor e Tiago. Deu até vontade de escrever para as reclamações do Rio Show.
Foi aí que tive que me manifestar.
- Vem cá, era pra ele saber quem era Vitor e Tiago? Gente, eu nunca ouvi falar em Vitor e Thiago.
A menina com cara de desprezo, soltou um suspiro e me deixou sozinha como se não merecesse a companhia dela. Pensei.
- Em que mundo será que eu e esse cantor vivemos, que não sabemos quem é Vitor e Tiago?
Depois até pensei melhor, a acho que vou dar um pulinho nesse quiosque qualquer dia desses. O lugar deve ser bacana, não toca Bruno e Marrone e nem sequer conhece Vitor e Tiago.


......

Para me atualizar um pouco, escustei rádio hoje depois de muito tempo. Desde o fim da rádio Cidade, confesso que desanimei com o veículo. E olha que não tive grnades novidades, no repertório: Guilherme Arantes (ui), Djavan, Gal Costa, Maria Rita...E ó, nada do tal do Vitor e Tiago. Cansei e voltei para os Novos Baianos.

......


Então toma que é coisa boa.

A menina dança (Novos Baianos)


Quando eu cheguei tudo, tudo
Tudo estava virado
Apenas viro me viro
Mas eu mesma viro os olhinhos
Só entro no jogo porque
Estou mesmo depois
Depois de esgotar
O tempo regulamentar
De um lado o olho desaforo
Que diz o meu nariz arrebitado
E não levo para casa
Mas se você vem perto eu vou lá
Eu vou lá
No canto do cisco
No canto do olho
A menina dança
Dentro da menina
Ainda dança
E se você fecha o olho
A menina ainda dança
Dentro da meninaAinda dança
Até o sol raiarAté o sol raiar
Até dentro de você nascer
Nascer o que há

terça-feira, 11 de março de 2008

Voltei a escrever

Tem umas semanas que achei, jogada entre playboys antigas do meu irmão e cadernos de colégio, a caixa com meus diários de adolescência. Dos 13 aos 21 anos eu escrevia. Eram agendas, na verdade, cada dia tinha fotos e recortes de revistas que tinham relação com o que aconteceu no dia. Impressionante a dedicação em decorar cada página.
Reli algumas delas e foi engraçado. Tantos acontecimentos que nem lembrava, tanto sentimento que pareciam intensos e que hoje não significam nada...Eu sou produto daquilo tudo, mas já não me reconheço em muita coisa ali.
Em que momento a gente deixa de ser o que era?
Em algum momento o gosto em manter os diários sumiu. Os abandonei por uns 7 anos. Escrever sobre mim, sobre o que sinto, sempre me ajudou a resolver questões internas, sentimentos confusos, me ajudou a me entender, mas a idéia de voltar a escrever não me animava.
O fato é que resolvi voltar a escrever, e não estou falando deste blog, porque aqui ninguém é 100% o que é, sempre tem a coisa da exibição, de como você quer aparecer para o outro, os alteregos, enfim.
Voltei a escrever pra mim, à mão (meu Deus, como a gente diminuiu a escrita à mão, quase não reconhecia mais minha letra). Não escrevo diariamente, mas tenho colocado alguns pensamentos, angústias, expectativas, assim com fazia há 10 anos. Se não funcionar como auto-análise, já que as neuroses tendem a aumentar com o tempo, pelo menos vai servir, daqui a 10 anos, para eu dar boas gargalhadas como fiz semanas atrás.

segunda-feira, 10 de março de 2008

15 de agosto

Ainda restavam alguns vira-latas revirando o lixo na rua, um ou dois bebuns caídos entre os restos da festa e Bebeto continuava sozinho sentado no primeiro degrau da escadaria da igreja, onde há quatro horas a multidão se espremia para ver os fogos em homenagem à Nossa Senhora da Glória.
Aquela imagem causaria dó em qualquer cristão e Bebeto estava tão apiedado de si mesmo, que até as beatas que já estavam chegando para a missa das 7 tiveram consideração em reparar no seu sofrimento e fizeram o sinal da cruz.
Se lhe contassem essa história há uns meses atrás, como uma mera suposição, soltaria aquela gargalhada sacana, viraria o copo de cerveja e olharia para a primeira bunda que passasse pela sua frente, incrédulo.
Mas não era suposição, e a imagem de Marta aos beijos e, pior, de mãos dadas (coisa que ele nunca gostou de fazer) com outro cara foi arrasador para ele. Como? Se ela sempre comeu na minha mão? Como? Se mesmo depois das maiores sacanagens, ela sempre me perdoou? Ela me ama. Era só o que conseguia pensar.
Dormiu ali mesmo, sem forças que estava para ir a qualquer lugar. Dormiu e percebeu que estava tendo um pesadelo, não porque estava em um corpo estreanho, nem quando os fogos de artifícios caíam sobre a multidão causando pânico e correria, ou porque os cachorros famintos transformados em miseráveis se engalfinhavam por restos de comida, nem se tocou que era um pesadelo quando as beatas o exorcizaram no adro da igreja, mas sim quando viu Marta se aproximar com seu novo amor e lhe dizer: A verdade é que simplesmente não te quero mais. Aliás, nunca na vida fui tua.
Acordou e soube que não a veria mais.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Não cabe aqui

Eu nunca consigo falar com ela. Como uma pessoa em pleno século 21 não usa o celular? Pior é que ela até tem um celular, mas tá sempre desligado ou simplesmente não atende. Fora que troca de número quase toda semana, como se isso fizesse alguma diferença. Ela não atende mesmo.
Hoje é dia 7. Quer dizer que há 25 primaveras (verões na verdade, ou já estamos no outono?) estivemos juntas. Sempre no dela e no meu a gente se encontra, e ri, e fala besteira, e fala da vida, e sente saudade de estar mais juntas. Ah, e ela sempre chora quando me vê.
É aniversário dela, liguei e consegui falar. Por dois segundos, depois caiu a ligação, tentei de novo e só deu caixa postal. Rá.
Mas amanhã vou abraçar, dar beijo, rir, chorar, falar besteira e sentir saudade. Pessoalmente.
O que desejo para ela não cabe aqui, nem no celular. É muito maior. Ela sabe.

Colar Madreperola

R$ 19,00

Brinco Madrepérola

R$ 15,00

quinta-feira, 6 de março de 2008

Bem-vindo

Olá,
Bem-vindo ao Le Gusta.
Inauguro o blog com algumas bijus saídas do forno e um texto sobre iulusões românticas.
Este espaço pretende ser dinâmico, renovado a cada dia, por isso acesse regularmente, comente, critique.
As bijus podem ser encomendadas por aqui mesmo e são peças, por enquanto, exclusivas.
Então, fiquem à vontade. E como diriam umas amigas: Arrasa, nem!

A primeira ilusão romântica

Quando eu era criança passava as férias na fazenda do meu avô. De manhã cedo minha mãe colocava açúcar e chocolate na xícara e íamos para o curral pegar o leite direto da vaca. Uma cena muito romântica, a cerração baixa, frio de julho, crianças com galochas coloridas, a xícara colocada estratégicamente embaixo da teta e o leite morninho saído da vaca...Deve ser por isso que hoje tenho trauma de leite. Mas era muito romântico na época.
Na fazenda havia três cavalos, quer dizer, dois, o Baiano e a Pombinha, o terceiro na realidade era um burro. Seu nome: Burro Preto. Como éramos 3 crianças, meu primo, minha irmã e eu, a conta era perfeita. E como eu era a mais nova, é claro que o burro sobrava para mim.
O Baiano era de longe o melhor dos três, lindo, branco, esperto, veloz e meu primo, homem e mais velho nesta sociedade que privilegia o sexo masculino tomou o Baiano como seu. A Pombinha ficou com minha irmã, era branca como uma pomba, cega de um olho, e um tanto temperamental, de vez em quando surtava e não obedecia aos comandos da minha irmã. E o Burro Preto era meu. Eu o adorava. Era dócil, pacato, silencioso e obediente. Mas se precisasse correr para acompanhar os outros, não negava fogo.
Lembro de andar pela fazenda com meu primo e irmã, e como era ainda muito pequena (devia ter uns 5, 6 anos) precisava do Barnabé, um moleque da roça, para me acompanhar na garupa. A gente sempre ia cantando alguma música com tema rural. “Vamos de galope, de galope pra poder chegar, vamos de galope, de galope lá,lá,lá,lá,lá...”. A gente achava que a vida deveria ser como na Noviça Rebelde, o filme, de repente, pára tudo e entra a trilha sonora. Ah, as crianças.
Certa vez, caiu um temporal, já estava escurecendo, os lampiões acessos, pois não tínhamos luz elétrica e meu primo nada de voltar de um passeio a cavalo. Minha mãe desesperada, meu pai se preparando para ir atrás dele, quando de repente, ele surge em cima do cavalo branco correndo no meio do temporal, todo encharcado.
Pausa para imaginarem a cena.
Eu devia ter uns 6 anos nessa época e lembro perfeitamente de ter associado aquela imagem à velha frase clichê do príncipe que vem salvar a mocinha montado no cavalo branco.
Foi aí, aos 6 anos de idade, que tive minha primeira ilusão romântica. Pensei que meu primo fosse um príncipe.
Mal sabia eu que príncipes não existem, muito menos montados num cavalo branco. A tecnologia e a vida moderna acabaram com qualquer romantismo. Fui descobrir isso mais tarde.
Ao invés de príncipe, penso que o homem ideal deve ser como o meu bom e velho Burro Preto: dócil, silencioso e obediente. E quando precisar dele, que ele nunca negue fogo.

Brinco Pimentas

R$ 13,00

Brinco Moedas


R$ 15,00

Colar Correntes


R$ 24,00

Colar Pimentas


R$ 24,00

Colar Gotas



R$ 22,00

Colar Elefante


R$ 19,00