E depois de algum tempo, eu voltei pra favela.
Tenho uma teoria (ou será que não é minha?) que diz: você pode até sair da favela, mas a favela não sai de você. E eu gosto muito daquela muvuca.
Voltei a fazer umas fotos bonitas de crianças, (passei muito tempo fotografando as crianças das ONGs que trabalhei) e eu adoro fotografar crianças. Além das fotos dificilmente sairem feias, o que me ajuda bastante, o melhor é a cumplicidade que se cria depois do clic. Um sorriso, uma piscadela, um "deixa eu ver como ficou, tia", um abraço.
O menino soltando pipa na lage soltou um sorriso e estendeu o dedão em ok. As duas meninas na casa ao lado ficaram tão felizes que vieram pedir pra eu tirar outra, dessa vez mostrando umas fotos que tinham tirado, todas orgulhosas.
Foi então que percebi que essas meninas estavam sozinhas em casa. Domingo, uma hora da tarde, comiam um pedaço de frango sentadas na varandinha da sua casa. Deviam ter 9 e 6 anos. Daqui a pouco elas apareceram com um balde cheio e começam a estender no varal as roupinhas que deviam ter acabado de lavar.
Não me contive, e como a fotografia já me tornara "amiga", tomei a liberdade de perguntar: Vocês estão sozinhas? Sim elas estavam, a mãe tava trabalhando numa padaria em Jacarepaguá. E a mãe não era nenhum monstro, ela precisava trabalhar, só isso. Essa é a realidade de milhares de famílias destes espaços, onde normalmente a mulher é a chefe de família e as crianças aprendem desde cedo a cuidar umas das outras.
Só no final do dia vi essas meninas fazendo algum tipo de travessura. Jogavam água de cima da varanda-sacada. Afinal, ninguém é de ferro, e eu nessa idade, já teria colocado fogo na casa.
Antes de ir embora, umas oito e meia da noite, fui me despedir e elas entenderam a minha preocupação. Sorriram e acenaram.
Torci para que a mãe não demorasse muito a chegar.
Tenho uma teoria (ou será que não é minha?) que diz: você pode até sair da favela, mas a favela não sai de você. E eu gosto muito daquela muvuca.
Voltei a fazer umas fotos bonitas de crianças, (passei muito tempo fotografando as crianças das ONGs que trabalhei) e eu adoro fotografar crianças. Além das fotos dificilmente sairem feias, o que me ajuda bastante, o melhor é a cumplicidade que se cria depois do clic. Um sorriso, uma piscadela, um "deixa eu ver como ficou, tia", um abraço.
O menino soltando pipa na lage soltou um sorriso e estendeu o dedão em ok. As duas meninas na casa ao lado ficaram tão felizes que vieram pedir pra eu tirar outra, dessa vez mostrando umas fotos que tinham tirado, todas orgulhosas.
Foi então que percebi que essas meninas estavam sozinhas em casa. Domingo, uma hora da tarde, comiam um pedaço de frango sentadas na varandinha da sua casa. Deviam ter 9 e 6 anos. Daqui a pouco elas apareceram com um balde cheio e começam a estender no varal as roupinhas que deviam ter acabado de lavar.
Não me contive, e como a fotografia já me tornara "amiga", tomei a liberdade de perguntar: Vocês estão sozinhas? Sim elas estavam, a mãe tava trabalhando numa padaria em Jacarepaguá. E a mãe não era nenhum monstro, ela precisava trabalhar, só isso. Essa é a realidade de milhares de famílias destes espaços, onde normalmente a mulher é a chefe de família e as crianças aprendem desde cedo a cuidar umas das outras.
Só no final do dia vi essas meninas fazendo algum tipo de travessura. Jogavam água de cima da varanda-sacada. Afinal, ninguém é de ferro, e eu nessa idade, já teria colocado fogo na casa.
Antes de ir embora, umas oito e meia da noite, fui me despedir e elas entenderam a minha preocupação. Sorriram e acenaram.
Torci para que a mãe não demorasse muito a chegar.
2 comentários:
Por que não presentear os leitores com uma pequena amostra das - certamente - belas fotografias?
Belas, mais pelo contexto do que pela qualidade da fotógrafa. Mas não estão comigo ainda. Quando tiver eu posto aqui.
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