Sábado fui ao shopping. Coisa rara. É estranho eu sei, apesar de adorar roupas, sapatos e afins, detesto shopping. Sempre que vou, vou com um objetivo bastante claro: comprar determinado objeto de consumo em determinada loja para determinada ocasião. Jamais para passear, pegar um cinema (odeio cinema de shopping), numa noite de sábado com o namorado.
Mas neste sábado eu fui. Uma amiga indicou pro Vitu um rodízio de japonês e chinês por um preço ótemo e o restaurante era no Rio Sul. Viciadinhos que estamos, fomos lá. Bom, o restaurante não era grande coisa e o preço nem era assim, ótemo. Razoável, eu diria. Enchemos a pança e não teve outra solução: dar uma voltinha no shopping em pleno sábado à noite para fazer a digestão.
Entramos na Saraiva e para minha surpresa, pois dizem que brasileiro não lê, a livraria tava bem cheia, até meio confusa para meu gosto destesto-pessear-sábado-à-noite-no-shopping.
Na seção de revista, alguma capa me chamou atenção e consegui me aproximar com alguma dificuldade devido ao grande número de pessoas, que assim como eu, estavam afim de dar uma atualizada nas notícias a lá 0800.
Estou eu lá folheando aleatoriamente uma revista que não me lembro o nome, quando percebi o quanto o que a pessoa lê diz a respeito dela. Uma moça toda afobada chegou me pedindo licença e esticou a mão e pegou rapidamente uma revista chamada alguma coisa tipo: “Tudo sobre acabar com a barriga em 10 dias”. Não consegui me controlar e tive que conferir, a moça tava realmente com uma barriga, que se eu não tivesse percebido a preocupação dela em eliminá-la, teria achado que estava grávida. Talvez ela tenha acabo de ter um filho, pensei.
Continuo folheando já outra revista, quando encosta um homem do meu lado, mas encosta mesmo, cheguei até a chegar pro lado achando que poderia estar atrapalhando ele a pegar sua revista, mas o homem chegou ainda mais perto e continuou parado do meu lado. Quando olhei pra ele com cara feia prestes a abandonar minha leitura e sair dali resmungando, o cara começa a gritar e abanar os braços: “Cadê a Veja! Cadê a Veja!!!!”. Foi quando percebi que não se tratava de um tarado, mas de alguém com algum tipo de retardo mental. Ele era pirado mesmo, maluco beleza. Achou a Veja e saiu com ela tranquilo debaixo do braço. Aí tive a certeza de que o que as pessoas lêem diz muito sobre elas.
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Go Back
Saindo ontem do Rio Sul e entrando no túnel subterrâneo pra pegar o ônibus do outro lado da avenida para Copacabana, vi que vai ter show do Fito Paes no Canecão (ah, Canecão, você não é mais o mesmo, mas ainda mostra a que veio, como neste caso) e as participações, então, são ótimas. Lembro agora de Ana Cañas e Milton Nascimento (já vale).
Comentei então "que máximo!! Fito Paes é muito bom", mas o Vitu não conhecia. Tentei puxá-lo pela memória, "lembra do Cd acústico do Titãs, ele cantava aquela música: Aunque me llames, aunque vayamos al cine... em espanhol, ele é argentino, lembra?". "Não lembro não". "Ah, você devia ser pirralho na época". Ele é 1 ano 11 meses e 11 dias mais novo, contamos. Número kabalístico, rola até jogar no bicho.
Bom, o fato é que a primeira vez que ouvi e vi Fito Paes foi por ocasião do CD/DVD Acústico do Titãs. 1997. Eu tinha 17 anos e era justamente nesta época, agosto, em que o CD não saia da minha "vitrola".
Lembro da época porque foi minha trilha sonora da festa da Glória daquele ano (não é a festa de aniversário de nenhuma amiga, mas a festa da Padroeira de Valença, e a gente tem tanta intimidade com ela que dispensamos o "Nossa Senhora"). E quem é da terrinha sabe o que isso significa, Festa da Glória é o evento. Ainda mais há 11 anos atrás (as más linguas dizem que a festa já não é mais a mesma).
Para se ter uma idéia, assim que começavam as festividades, minha mãe sempre recomendava; "Cuidado com o cheirinho da loló, hein?", e não dava outra, toda festa da Glória tinha o tal do cheirinho da loló. Fazer o quê, era uma tradição.
Os primeiros porres de caip fruta foram entre a semana do dia 9 a 15 de agosto, depois vieram os porres de capeta. Uma vez fui ao banheiro carregando um copo do danado e tive a brilhante idéia de colocá-lo na mureta que separa um vaso sanitário do outro, quando acabei não achei meu copo, como estava mais pra lá do que pra cá pensei , fiquei na dúvida se tinha ido com o copo, mas quando saio do banheiro, dou de cara com uma menina encharcada da cabeça aos pés do líquido achocolatado. Ela era até simpática comigo, depois do evento nunca mais olhou na minha cara, com razão.
Muitos primeiros beijos na boca foram dados numa das ruas adjacentes à Catedral. E quantas vezes ficávamos sentados na escadaria da igreja até o dia clarear, falando nada com nada e rindo de tudo e todos (adolescente tem licença poética para o deboche). E estávamos sempre juntos, em bando. Era tão bom.
Fito Paes me lembrou uma época, com seus cheiros, gostos e sensações, que é um pouco a função da música, não é? Minha música preferida no Cd é Go Back, justamente por causa do Fito (o arranjo da música também é maravilhoso, como todos do Cd).
Escuta aí e vê se quando o Fito canta sozinho num dá até uma dorzinha no coração. Eu sempre coloco a mão no peito quando ele canta: "Y no te voy a decir si fue lo mejoooor, pueeees"
Clica aqui:
http://br.youtube.com/watch?v=9MzeJLs6yj0
Comentei então "que máximo!! Fito Paes é muito bom", mas o Vitu não conhecia. Tentei puxá-lo pela memória, "lembra do Cd acústico do Titãs, ele cantava aquela música: Aunque me llames, aunque vayamos al cine... em espanhol, ele é argentino, lembra?". "Não lembro não". "Ah, você devia ser pirralho na época". Ele é 1 ano 11 meses e 11 dias mais novo, contamos. Número kabalístico, rola até jogar no bicho.
Bom, o fato é que a primeira vez que ouvi e vi Fito Paes foi por ocasião do CD/DVD Acústico do Titãs. 1997. Eu tinha 17 anos e era justamente nesta época, agosto, em que o CD não saia da minha "vitrola".
Lembro da época porque foi minha trilha sonora da festa da Glória daquele ano (não é a festa de aniversário de nenhuma amiga, mas a festa da Padroeira de Valença, e a gente tem tanta intimidade com ela que dispensamos o "Nossa Senhora"). E quem é da terrinha sabe o que isso significa, Festa da Glória é o evento. Ainda mais há 11 anos atrás (as más linguas dizem que a festa já não é mais a mesma).
Para se ter uma idéia, assim que começavam as festividades, minha mãe sempre recomendava; "Cuidado com o cheirinho da loló, hein?", e não dava outra, toda festa da Glória tinha o tal do cheirinho da loló. Fazer o quê, era uma tradição.
Os primeiros porres de caip fruta foram entre a semana do dia 9 a 15 de agosto, depois vieram os porres de capeta. Uma vez fui ao banheiro carregando um copo do danado e tive a brilhante idéia de colocá-lo na mureta que separa um vaso sanitário do outro, quando acabei não achei meu copo, como estava mais pra lá do que pra cá pensei , fiquei na dúvida se tinha ido com o copo, mas quando saio do banheiro, dou de cara com uma menina encharcada da cabeça aos pés do líquido achocolatado. Ela era até simpática comigo, depois do evento nunca mais olhou na minha cara, com razão.
Muitos primeiros beijos na boca foram dados numa das ruas adjacentes à Catedral. E quantas vezes ficávamos sentados na escadaria da igreja até o dia clarear, falando nada com nada e rindo de tudo e todos (adolescente tem licença poética para o deboche). E estávamos sempre juntos, em bando. Era tão bom.
Fito Paes me lembrou uma época, com seus cheiros, gostos e sensações, que é um pouco a função da música, não é? Minha música preferida no Cd é Go Back, justamente por causa do Fito (o arranjo da música também é maravilhoso, como todos do Cd).
Escuta aí e vê se quando o Fito canta sozinho num dá até uma dorzinha no coração. Eu sempre coloco a mão no peito quando ele canta: "Y no te voy a decir si fue lo mejoooor, pueeees"
Clica aqui:
http://br.youtube.com/watch?v=9MzeJLs6yj0
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Cowboy
Virou o terceiro cowboy e estava pronto para encarar a enorme solidão que todas as noites o esperava deitada em sua cama.
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Dia ganho
Depois de um dia inteiro virando cimento, chegou em casa, comeu seu feijão com arroz e farinha, pediu um trago da mesma cachaça, que ela trouxe com aquele sorriso largo, e tava ganho seu dia.
terça-feira, 5 de agosto de 2008
A favela não sai de você
E depois de algum tempo, eu voltei pra favela.
Tenho uma teoria (ou será que não é minha?) que diz: você pode até sair da favela, mas a favela não sai de você. E eu gosto muito daquela muvuca.
Voltei a fazer umas fotos bonitas de crianças, (passei muito tempo fotografando as crianças das ONGs que trabalhei) e eu adoro fotografar crianças. Além das fotos dificilmente sairem feias, o que me ajuda bastante, o melhor é a cumplicidade que se cria depois do clic. Um sorriso, uma piscadela, um "deixa eu ver como ficou, tia", um abraço.
O menino soltando pipa na lage soltou um sorriso e estendeu o dedão em ok. As duas meninas na casa ao lado ficaram tão felizes que vieram pedir pra eu tirar outra, dessa vez mostrando umas fotos que tinham tirado, todas orgulhosas.
Foi então que percebi que essas meninas estavam sozinhas em casa. Domingo, uma hora da tarde, comiam um pedaço de frango sentadas na varandinha da sua casa. Deviam ter 9 e 6 anos. Daqui a pouco elas apareceram com um balde cheio e começam a estender no varal as roupinhas que deviam ter acabado de lavar.
Não me contive, e como a fotografia já me tornara "amiga", tomei a liberdade de perguntar: Vocês estão sozinhas? Sim elas estavam, a mãe tava trabalhando numa padaria em Jacarepaguá. E a mãe não era nenhum monstro, ela precisava trabalhar, só isso. Essa é a realidade de milhares de famílias destes espaços, onde normalmente a mulher é a chefe de família e as crianças aprendem desde cedo a cuidar umas das outras.
Só no final do dia vi essas meninas fazendo algum tipo de travessura. Jogavam água de cima da varanda-sacada. Afinal, ninguém é de ferro, e eu nessa idade, já teria colocado fogo na casa.
Antes de ir embora, umas oito e meia da noite, fui me despedir e elas entenderam a minha preocupação. Sorriram e acenaram.
Torci para que a mãe não demorasse muito a chegar.
Tenho uma teoria (ou será que não é minha?) que diz: você pode até sair da favela, mas a favela não sai de você. E eu gosto muito daquela muvuca.
Voltei a fazer umas fotos bonitas de crianças, (passei muito tempo fotografando as crianças das ONGs que trabalhei) e eu adoro fotografar crianças. Além das fotos dificilmente sairem feias, o que me ajuda bastante, o melhor é a cumplicidade que se cria depois do clic. Um sorriso, uma piscadela, um "deixa eu ver como ficou, tia", um abraço.
O menino soltando pipa na lage soltou um sorriso e estendeu o dedão em ok. As duas meninas na casa ao lado ficaram tão felizes que vieram pedir pra eu tirar outra, dessa vez mostrando umas fotos que tinham tirado, todas orgulhosas.
Foi então que percebi que essas meninas estavam sozinhas em casa. Domingo, uma hora da tarde, comiam um pedaço de frango sentadas na varandinha da sua casa. Deviam ter 9 e 6 anos. Daqui a pouco elas apareceram com um balde cheio e começam a estender no varal as roupinhas que deviam ter acabado de lavar.
Não me contive, e como a fotografia já me tornara "amiga", tomei a liberdade de perguntar: Vocês estão sozinhas? Sim elas estavam, a mãe tava trabalhando numa padaria em Jacarepaguá. E a mãe não era nenhum monstro, ela precisava trabalhar, só isso. Essa é a realidade de milhares de famílias destes espaços, onde normalmente a mulher é a chefe de família e as crianças aprendem desde cedo a cuidar umas das outras.
Só no final do dia vi essas meninas fazendo algum tipo de travessura. Jogavam água de cima da varanda-sacada. Afinal, ninguém é de ferro, e eu nessa idade, já teria colocado fogo na casa.
Antes de ir embora, umas oito e meia da noite, fui me despedir e elas entenderam a minha preocupação. Sorriram e acenaram.
Torci para que a mãe não demorasse muito a chegar.
domingo, 3 de agosto de 2008
Before I get my gorgeous wings
A BORBOLETA simboliza a alma, o renascimento e a imortalidade.
A metamorfose de seu ovo para lagarta e depois para crisálida e borboleta indica as etapas da alma para a iluminação.
No Japão, a borboleta está associada à mulher. Duas borboletas significam felicidade a dois.
Uma crença popular da Antiguidade greco-romana dava à alma que deixa o corpo, a forma de uma borboleta.
Nos afrescos de Pompéia, Psique é representada como uma menininha alada, semelhante a uma borboleta. Entre os astecas, a borboleta é um símbolo da alma, ou do sopro vital, que escapa da boca agonizante.
Uma borboleta brincando entre flores representa a alma de um guerreiro caído nos campos de batalha. Os guerreiros mortos acompanhavam o Sol até o meio-dia; em seguida, eles desciam de volta a terra sob a forma de borboletas.
No mundo sino-vietnamita, a borboleta simboliza a longevidade e também o outono.
Um outro simbolismo da borboleta é baseado na sua metamorfose e vontade de mudança: o casulo é o ovo que contém a potencialidade do ser; sair do ovo é como renascer para a vida.
A MUDANÇA… O poder da borboleta é como o ar, é a habilidade de conhecer a mente e de mudá-la, é a arte da transformação… A gente deve observar a nossa posição na vida e, como a borboleta, nós sempre estamos em algum estágio:
Primeiro estágio - é onde a idéia nasce, mas ainda não é uma realidade, é o estágio do ovo, o ponto de criação de uma idéia.
Segundo estágio – da larva, onde temos que tomar uma decisão.
Terceiro estágio – do casulo, é o desenvolvimento do projeto, é fazer para realizar.
Estágio final – é o da transformação, é deixar o casulo e voar, é a realização! Percebendo onde estamos, podemos continuar. Use o ar e os poderes mentais. Tenha clareza mental e procure organizar um projeto, assim, você subirá o próximo degrau de sua vida!
A principal mensagem é:“Criar, transformar, mudar e ter coragem para aceitar!”
A metamorfose de seu ovo para lagarta e depois para crisálida e borboleta indica as etapas da alma para a iluminação.
No Japão, a borboleta está associada à mulher. Duas borboletas significam felicidade a dois.
Uma crença popular da Antiguidade greco-romana dava à alma que deixa o corpo, a forma de uma borboleta.
Nos afrescos de Pompéia, Psique é representada como uma menininha alada, semelhante a uma borboleta. Entre os astecas, a borboleta é um símbolo da alma, ou do sopro vital, que escapa da boca agonizante.
Uma borboleta brincando entre flores representa a alma de um guerreiro caído nos campos de batalha. Os guerreiros mortos acompanhavam o Sol até o meio-dia; em seguida, eles desciam de volta a terra sob a forma de borboletas.
No mundo sino-vietnamita, a borboleta simboliza a longevidade e também o outono.
Um outro simbolismo da borboleta é baseado na sua metamorfose e vontade de mudança: o casulo é o ovo que contém a potencialidade do ser; sair do ovo é como renascer para a vida.
A MUDANÇA… O poder da borboleta é como o ar, é a habilidade de conhecer a mente e de mudá-la, é a arte da transformação… A gente deve observar a nossa posição na vida e, como a borboleta, nós sempre estamos em algum estágio:
Primeiro estágio - é onde a idéia nasce, mas ainda não é uma realidade, é o estágio do ovo, o ponto de criação de uma idéia.
Segundo estágio – da larva, onde temos que tomar uma decisão.
Terceiro estágio – do casulo, é o desenvolvimento do projeto, é fazer para realizar.
Estágio final – é o da transformação, é deixar o casulo e voar, é a realização! Percebendo onde estamos, podemos continuar. Use o ar e os poderes mentais. Tenha clareza mental e procure organizar um projeto, assim, você subirá o próximo degrau de sua vida!
A principal mensagem é:“Criar, transformar, mudar e ter coragem para aceitar!”
Do blog “eu não uso relógio“, da Érica Franzon
Sempre gostei dessa idéia de transformação, de revolução mesmo, contida na história da borboleta. A larva que se recolhe no casulo para adquirir asas e cores se libertando da sua condição rasteira.
E coincidentemente, tenho escutado Joni Mitchel em looping e tenho pensado muito na frase, que sempre me impressionou muito, de The last time I so Richard: "Only a dark cocoon before I get my gorgeous wings and fly away".
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