segunda-feira, 9 de abril de 2012

Momento

Assim que começamos a namorar, mais ou menos um mês de namoro, quando voltamos de um bloco de carnaval, bêbados, e depois de um dia bem feliz, eu deitada no colchão que instalamos no meio da sala do apartamento dele, ele pulou em cima de mim e falou com tanta paixão que me amava, que ele não saberia mais viver sem mim, que eu era a mulher da vida dele. Com tanta felicidade e intensidade. Mesmo estando bêbado e, talvez por isso, foi tão puro e honesto. Percebi ali como ele funcionava, uma pessoa introspectiva e extremamente sensível, esconde por trás de uma racionalidade de gestos, movimentos, palavras. Mas sempre vai encontrar “o momento” para expressar tão profundamente - como fez - o que sente. E assim foi, a partir desse dia tive certeza que nem todo dia ia ser de cenas e gestos românticos, mas que por trás está aquela pessoa que não consegue sempre expressar tamanha sensibilidade, mas e daí, eu sei como ele é, ele já me deixou ver, já se abriu. E não deve ser fácil para uma pessoa como ele. Eu sei que é, sei como funciona, tenho um pai muito parecido e eu mesma as vezes não consigo encontrar válvulas para expressar coisas tão intensas que guardo dentro de mim.

Este final de semana aconteceu uma cena bem parecida, eu já estava dormindo e ele me acordou para ver se eu estava com febre, pois eu estava muito quente, me abraçou, me beijou e disse que me amava com aquela mesma intensidade e pureza de 6 anos atrás. E dormimos agarrados numa cama de solteiro no sítio, como dois namorados que acabaram de se conhecer.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Quem sabe?


Recebi com surpresa no meu hotmail uma mensagem de postagem neste blog, que há mais de um ano não abro, leio, muito menos escrevo. E comecei a reler algumas coisas postadas aqui. Não é que deu saudade?

Tem uma amiga minha que outro dia me cobrou por não escrever mais, ela devia ser a única leitora assídua do blog, mas leitora que não comentava (segundo ela, não sabe como, afe!). Acho que deu uma solidão e fui ficando meio desestimulada, sei lá.

O fato é que escrever é um exercício difícil para mim, então deixar de escrever no blog foi mais fácil do que continuar.

Mas quer saber, essa onda de facebooks e twitter, tá começando a dar no saco. Essa coisa exibicionista, de tudo o que vc escreve todo mundo é "obrigado" a ler (e vice-versa), tá começando a cansar. Tô começando a me incomodar de impor meus pensamentos nada relevantes para os outros, e mais ainda de me deparar com pensamentos nada relevantes de pessoas que em alguns casos nada tem a ver em comum comigo.

Claro que sou super adepta ao facebook (muito mais seguidora do que seguida no twitter), gosto de saber o que rola, é super mais fácil se comunicar com amigos, ainda mais para uma pessoa como eu que detesta telefone, mas, ah, de repente o anonimato e a forma de expressão deste blog me interessou mais. Quem sabe volto a escrever?

domingo, 9 de agosto de 2009

A preferida do momento

Yeah, what have I got?
Nobody can take away

I got my hair, I got my head
I got my brains, I got my ears
I got my eyes, I got my nose
I got my mouth, I got my smile

I got my tongue, I got my chin
I got my neck, I got my boobs
I got my heart, I got my soul
I got my back, I got my sex

I got my arms, I got my hands
I got my fingers, Got my legs
I got my feet, I got my toes
I got my liver, Got my blood

I've got life, I've got my freedom
I've got the life

I got a headache, and toothache,
And bad times too like you.

(Ain't got no - Nina Simone)

........

E a Festa da Glorinha foi até o sol raiar, como nos velhos tempos.

sábado, 30 de maio de 2009

Um brinde ao cansaço

Estive ontem no show da Cristina Buaque de Holanda e Terreiro Grande cantando Candeia.
Segundo Cristina, se dependesse da imprensa aquele seria um show secreto. Mas a casa estava lotada.
E, eu achei um privilégio estar ali por módicos R$3.
Apesar deste blog ser quase secreto, vai a dica, hoje a amanhã no teatro Nelson Rodrigues.
É Lindo!

Um brinde ao cansaço (Candeia)

Vamos brindar o cansaço
Meus amigos vamos brindar o cansaço
Este é o prêmio pra vitória do boêmio
Que bebeu de bar em bar o seu fracasso
Trago um trago pra saudade
Deixá-lo em paz
Mas o mundo lá de fora
Está sofrendo agora tanto como nós
Tentando encontrar amor
Que a minha voz não consegue cantar

Meus amigos vamos esquecer a saudade
E a tristeza que a vida nos pregou
Há um céu azul e branco de paz e amor
E esse céu é a Portela que Deus criou
Sua águia altaneira sobrevoa sua bandeira
A paz do céu também está no chão da terra
Da escola mais bela A minha querida Portela.

sábado, 23 de maio de 2009

Elvis continua o mesmo

Olha isso:
http://www.youtube.com/watch?v=q04_ClDxRsk
e isso
http://www.youtube.com/watch?v=Y00vd5HM_08

E eu continuo sendo a única pessoa que não sabe adicionar vídeos...

terça-feira, 19 de maio de 2009

Criança aprende rápido

Homem bêbado em final de churrasco resolve se apoiar no braço de uma tenda - essas de lona, cujos pés não são fixos - já que seu corpo começa a apresentar dificuldades em se manter em pé sozinho. Foi aí que tenda e o homem desmontam em câmera lenta em direção ao chão. Risos e piadas generalizadas. Outros homens tão bêbados quanto começam um ritual sem fim de sacanear o bêbado tombado, que só respondia com um sonoro “Fooooda-se!” às piadas. Importante ressaltar que não se trata de qualquer foda-se, se você não é do interior dificilmente vai saber. Um foda-se com uma sonoridade caipira, tipo aquele “Ôooopa!”, que se solta quando se encontra um caboclo na estrada de chão rumo à fazenda, saca! Era um “Foouuuda-se!” engraçado, que se repetia após cada comentário sacana.

No mesmo dia à noite, após o churrasco, criança de 8 anos, é repreendida por adulto chato, insistindo para que tome banho antes de dormir.
- Leo, vc não vai dormir sem tomar banho, hein?
- Foooouuuda-se!

-----------

No dia seguinte, adulto pede para duas crianças, Leo (8 anos) e Mateus (9), irem ao bar comprar alguma besteira. Na volta deixou o troco para os dois, 6 reais. Uma nota de R$5 e uma moeda de R$1.
- Podem dividir o troco entre vocês, três reais para cada.
Os dois se entreolharam, tentaram distribuir a nota e a moeda ficando cada um com uma, mas logo perceberam que alguém estava em desvantagem nesta divisão, afinal era uma nota de 5 e uma moeda de 1.
Após alguns minutos tentando dividir o troco, passa moeda pra um, o outro quer a nota...até que vem a solução!
- Vamo voltar lá no bar e comprar um picolé pra cada um, Mateus!

sábado, 25 de abril de 2009

"Nos manifestamos também pelas palavras, mas as palavras ficam sempre em suspenso, à espera do ato que as confirme. O homem só existe através do ato".

José Saramago: Trecho sublinado por mim - há 9 anos atrás - do livro Inventário das Sombras, página aberta aleatoriamente.